4/22/2013

5 Livros que Mudaram a Edição

Se acham que vou falar dos livros do José António Saraiva, da Bíblia de Gutenberg ou das 95 teses de João Calvino estão muito enganados. No seu tempo estes livros mudaram o mundo e, também, a edição, mas nada que se compare com estás pérolas editoriais, responsáveis pela mais recentes mudanças no mundo da edição. Senão vejamos:

Série Harry Potter
Se achavam que os mais jovens não eram capazes de ler livros sem imagens e com mais de 50 páginas, estavam enganados. Numa geração plenamente envolvida nas tecnologias a série Harry Potter provou que esta categoria tinha um potencial assombroso, tornando-se também um dos maiores sucessos de cross platform publishing, liderando uma série de outros livros que viraram mega-produções cinematográficas (não falo de livros que viraram filmes, mas livros e filmes nascidos de um mesmo projeto).

A Cabana (The Shack)
Se Tristam Shandy e vários outros livros posteriores foram publicados em auto-edição (com sucesso), isso não significou que alguma coisa tivesse mudado. Nem mudou quando Eragon saiu primeiro em auto-edição, antes de ser publicado pela Knopf. Mas quando o livro canadiano de auto-edição A Cabana, de William P. Young chegou ao top do NYT com mais de um milhão de livros vendidos, as coisas mudaram e percebeu-se que não era obrigatório ter-se uma editora para alcançar o sucesso.

A Sangue Frio (In Cold Blod)
Truman Capote tinha consciência de estar a fazer algo de novo quando decidiu usar técnicas narrativas para contar uma história real, fruto de um longo trabalho jornalístico. O modelo, que mistura competência de escrita e realidade, tinha tudo para ser um sucesso. No fundo, nada é mais incrível do que a realidade.

Dádivas do Mar (Gifts from the Sea)
Se a auto-ajuda é o que é, muito se deve a Anne Morrow Lindbergh, heroína da América, esposa do herói Charles Lindbergh e mãe do mais famoso bebé raptado e assassinado da história da América. Com esse currículo, Anne estava no lugar ideal para, junto à praia, pensar na vida e criar o primeiro grande sucesso de auto-ajuda na história da edição.

His Family
Se hoje ninguém sabe quem foi Ernest C. Poole, é porque alguma justiça se fez no mundo. Vencedor do Pulitzer no ano de 1918, mostrou ao mundo que a qualidade e a originalidade não são argumentos para se ter sucesso ou ganhar prémios importantes. Tendo derrotado autores como John dos Passos, Hemingway, Faulkner, Fitzgerald ou Miller, Poole simplesmente plagiava o estilo de autores consagrados, criando narrativas «simples» de ler e agradáveis ao público (habituados a mais do mesmo). Desde então, o fenómeno nunca mais parou.

E não, o 50 Sombras de Grey ainda não tem espaço para figurar neste grupo.

Nuno Seabra Lopes

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